Paulistas trocam a Capital por Condomínios no Interior

Notícias - Paulistas trocam a Capital por Condomínios no Interior - Jundiai - Itupeva - SP

[caption id="attachment_1422" align="alignleft" width="300"]Casas em Condomínios no Interior Casas em Condomínios no Interior[/caption] A paisagem ao redor de São Paulo está mudando. Entre as fazendas e plantações que circundam a cidade, é possível notar cada vez mais casas de alto padrão surgindo atrás de muros. É um movimento formado por um novo tipo de migrante: paulistanos das classes A e B que trocaram o agito e a insegurança da capital por uma vida mais confortável em condomínios fechados fora da metrópole. A química Juliana da Cunha Marques, 39, é um deles. "Sou uma paulistana que não aguenta São Paulo", brinca. Há dois anos, ela deixou o apartamento na Vila Leopoldina (zona oeste) para morar em uma casa com gramado, piscina e ofurô em Vinhedo (79 km de SP), ao lado do marido e da filha de um ano. "Não é que a gente não queria estar na cidade, mas é que, quando a gente volta para casa [no interior], recarrega as baterias", explica, com a propriedade de quem já morou na Holanda e no Canadá. Esses condomínios e loteamentos nos arredores de São Paulo se transformaram numa das febres do mercado imobiliário. Nos últimos três anos, surgiu um a cada cinco dias, segundo levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) feito a pedido da sãopaulo. Ao todo, foram 22 mil terrenos em 212 loteamentos no período. Em dez anos, surgiram 85 mil lotes. Para comparar, é como se uma cidade como Barueri (com 240 mil habitantes) tivesse surgido na borda da Grande São Paulo. O "terreno" principal desse mercado são cidades que ficam a até 100 km da capital. Juliana e o marido, o engenheiro civil João Carlos Caiado, 52, fazem como boa parte dos habitantes dos condomínios-satélite: continuam no mesmo trabalho, em uma empresa às margens do rio Pinheiros (zona oeste), mas preferem encarar a estrada todos os dias e levar uma "típica vida interiorana" quando retornam para casa. O casal conta que conhece os vizinhos pelo nome e compra ovos caipiras na rua detrás. Nos finais de semana, leva as filhas para cavalgar numa fazenda nos arredores de casa. "Viver em um condomínio foi um pré-requisito", conta Juliana, ao falar da sensação de segurança no interior. Eles não desfizeram do apartamento na capital. O imóvel pode ser acionado em casos de "emergência", como um serão não planejado no trabalho. "Posso ficar porque sei que minha filha está bem em casa", diz ela. Pertinho de casa A mudança para os condomínios é uma espécie de "regionalização do cotidiano", define o vice-presidente do Interior do Secovi (sindicato da habitação), Flávio Amary. "O pai trabalha em São Paulo, o filho estuda em Campinas e a mãe mudou de emprego e agora trabalha em Itu", diz. "À noite, todos se reúnem para jantar em Itupeva, por exemplo." Um fator que ajuda a explicar esse fluxo é o custo da terra. "Quem tem um apartamento de 150 m2 na cidade consegue comprar um terreno de até 1.000 m2, construir uma casa de 200 m2 e ainda sobra um trocado para a poupança", calcula Luiz Paulo Pompéia, diretor de estudos da Embraesp. A qualidade das rodovias de acesso à metrópole e a segurança que os condomínios oferecem, continua ele, incrementam essa movimentação. Ainda mais importante que tudo isso é a qualidade de vida. "A escola da minha filha [Catarina, 2] fica a cinco minutos do trabalho. Vou para casa, pego ela e volto na maior tranquilidade", conta a engenheira civil Daniela Feracin Perpétuo, 30, moradora de um condomínio em Itupeva. [caption id="attachment_1423" align="alignright" width="300"]Casas em Condomínios no Interior Casas em Condomínios no Interior[/caption] Daniela trabalhava em São Paulo. Há dois anos, foi transferida para a filial da empresa que fica naquele município. Ela continuou morando na capital. Com o tempo, decidiu alugar um imóvel no interior para "tentar se adaptar". Foi quando a engenheira tomou a decisão de construir uma casa em um condomínio. Hoje, com o imóvel pronto, Daniela faz o oposto: vem à capital apenas algumas vezes por mês. "Foi meio na loucura", conta. "Deixamos uma casa novinha em São Paulo para trás." O marido, Claudio Augusto Perpétuo, 37, também engenheiro civil, tem a opção de trabalhar de casa, o que contribuiu na hora da mudança. São Paulo convive com condomínios desde a década de 1970. Tradicionais localidades desse tipo de imóvel, como Alphaville e Granja Viana, estão quase saturadas. Com isso, o setor começou a mirar outras regiões. Hoje, são tantos os empreendimentos que o Secovi diz ser raro achar áreas novas a serem loteadas. "Nós queríamos uma casa na Granja. Mas o preço era absurdo", conta a médica Flávia Navarro, 34. Ela não desistiu. "Conseguimos uma ótima, quase em Vargem Grande Paulista." Flávia vem três vezes por semana à capital. Ela é cardiologista pediátrica e conta que sua especialização a mantém por aqui. O marido, também médico, Mario Eduardo Francisco Arguello, 35, conseguiu se mudar para hospitais da região. "Levo minha filha para brincar com macaquinhos e tucanos", conta Flávia. As principais queixas de quem faz a mudança são o trânsito ao chegar à capital e o cansaço de dirigir. Sem pique para encarar as rodovias todos os dias, parte dos migrantes opta por viajar de ônibus fretados. No caso do engenheiro André Taibo, 39, o coletivo o pega na portaria do condomínio em Jundiaí e o deixa no metrô Barra Funda. "Demoro uma hora e meia no trajeto até a praça Ramos de Azevedo [no centro]", conta. "Viajo confortávelmente, tenho vizinhos que tomam o mesmo ônibus." A filha, Isabel Yumi, 1, está matriculada em uma escola de Jundiaí e a mulher, Marisa Taibo, 34, que trabalha na vizinha Cajamar (42 km de SP), fica encarregada de buscar a menina. Quem pode opta por outro meio de transporte: helicóptero. Há pelo menos quatro condomínios nos arredores de São Paulo que mantêm heliporto. Para atrair os paulistanos de classe AAA, as empresas oferecem desde casas pré-fabricadas até lotes de 40 mil m2, com campo de golfe e hípica. Diariamente, quatro jipes Land Rover ficam estacionados em um hotel de luxo construído como cartão-postal de um condomínio de Monte Mor (120 km de SP) à disposição de interessados em conhecer o empreendimento. O local conta com uma hípica para 120 cavalos, além de pistas de salto aberta e fechada, campo de polo e, futuramente, um campo de golfe com nove buracos. "As pessoas perguntam por esses diferenciais", conta Mauro Augusto Putti Filho, diretor comercial da empresa responsável pelo lançamento. "Então, temos de oferecer." Geralmente, esses condomínios não são para servir de primeira moradia, como os demais: o comprador mantém um apartamento em São Paulo, outro no litoral e procura um refúgio no interior. A empresária Marina Visetti, 41, comprou um lote no condomínio de Monte Mor há um ano. O projeto da casa dela deve consumir 15 meses. Mesmo assim, ela já leva a filha e dois enteados para passear por lá. "Aqui tem um clima que a cidade não oferece, mais perto da natureza." A ideia, segundo ela, é continuar morando em São Paulo. "Mas eu me vejo vivendo aqui em dez anos." Cidade sitiada [caption id="attachment_1424" align="alignleft" width="300"]Casas em Condomínios no Interior Casas em Condomínios no Interior[/caption] Os 11 municípios que mais receberam condomínios, conforme estudo da Embraesp, ficam ao lado das principais rodovias, escolha estratégica para facilitar o acesso à capital. Para acolher tantos novos moradores, as cidades tiveram que se adequar. Em 2009, Jundiaí, por exemplo, registrou abertura de uma pré-escolas particular. Ano passado, foram abertas outras dez. Enquanto moradores e o mercado comemoram a mudança, arquitetos e urbanistas torcem o nariz para os condomínios. Para Ermínia Maricato, professora aposentada da USP e ex-secretária-executiva do Ministério das Cidades, a cidade é, por definição, "uma festa". "Quem conhece Paris sabe disso", diz. "Tem um café na esquina, uma loja em outra, é o lugar onde as pessoas convivem e se misturam. E fazem tudo isso a pé." A urbanista explica que separação de moradia e trabalho traz insegurança. "O centro comercial morre de noite. O condomínio morre de dia." Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, segue o mesmo raciocínio. Para ele, "quanto mais alto o muro, mais gente vai te esperar na saída". Nada disso, porém, remove a ideia desses paulistanos de trocar a cidade por um lugar, digamos, com clima de campo. "Quando morava na Saúde [zona sul], a gente vivia preso dentro de casa", conta Mario Augusto Pillegi, 34, que se mudou para Sorocaba (100 km de SP) com a mulher e as duas filhas no final do ano passado. "Agora, jogo bola com as crianças na rua." Boom imobiliário incha macrometrópole A migração de paulistanos para condomínios em cidades cada vez mais distantes de São Paulo reforça o modelo de urbanização da macrometrópole, imenso conglomerado de "manchas urbanas" que envolvem, além da capital, as regiões de Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Santos. Esse "arquipélago" urbano é interligado à rotina da metrópole, com viagens diárias a trabalho, educação e lazer e uso de serviços como saúde e educação superior. O número de municípios considerados parte da macrometrópole não é exato. O certo é que ele cresce cada vez mais. Só para ter uma ideia, em 2006, eram 104 cidades na listagem. Hoje, são 153. A aglomeração é enorme: 7 em cada 10 habitantes do Estado vivem nessa teia urbana, segundo dados da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), vinculada ao governo do Estado. É uma população que ultrapassa 28 milhões de habitantes. Para entender essa concentração, é preciso analisar um pouco o desenvolvimento econômico do Estado nas últimas décadas. A partir dos anos 1990, diversas empresas deixaram a capital e o ABC para reduzir custos e competir no mercado mundial. "Ocorre que 90% dessas companhias continuam na área da macrometrópole", explica Marcos Campagnone, chefe de gabinete da recém-criada Secretaria de Estado do Desenvolvimento Metropolitano. Os empregos se espalharam e os moradores foram atrás, diz ele. Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, conta que essa expansão é a repetição de todo o processo de construção da capital. São Paulo cresceu ocupando novas áreas. Primeiro, o centro velho, depois o centro novo. Então subiu para Campos Elíseos e Higienópolis, aí entrou na avenida Paulista e desceu para as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini. Ele chama essa expansão de "extrativismo habitacional". O reflexo, diz, são casos como a cracolândia, na Luz (região central); locais com boa infraestrutura urbana, mas degradados e desvalorizados. O surgimento da macrometrópole pode gerar duas consequências a curto e a médio prazos, segundo Campagnone: primeiro, que parte dos paulistanos muda para aproveitar os empregos que surgem no interior (para condomínios, por exemplo). Segundo, que o Estado precisa repensar as alternativas de transporte coletivo para interligar a nova mancha urbana. O governo do Estado promete entregar projetos de trens expresso que liguem Sorocaba e o litoral a São Paulo até o final deste ano, alternativa que pode surtir impactos positivos e reduzir os congestionamentos. Compare os preços Entre R$ 400 mil e R$ 600 mil Em São Paulo: 3 dormitórios (1 suíte), 2 vagas de garagem. Área: entre 90 e 150 m2 Onde: Morumbi, Vila Clementino Nos condomínios: 3 ou 4 dormitórios (2 suítes), 2 vagas de garagem. Área: entre 150 e 240 m2 Onde: Itupeva e Cabreúva Entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão Em São Paulo: 3 ou 4 dormitórios (2 a 3 suítes), 3 vagas de garagem. Área: entre 120 e 240 m2 Onde: Perdizes, Pinheiros Nos condomínios: 4 dormitórios (2 a 3 suítes), 4 vagas de garagem. Área: acima de 300 m2 Onde: Campinas, Guarujá, Valinhos, Itu, Jaguariúna Fontes: Folha de SP, Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), construtoras e imobiliárias


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